10/08/2021
A primeira edição virtual do programa Land-to-Launch aconteceu em julho. Seis empresas foram selecionadas para participar do programa de capacitação, tendo como foco hubs internacionais de inovação
Fortalecer o ecossistema de inovação e ampliar a atuação de startups brasileiras em mercados globais foram os objetivos da primeira edição virtual do programa Land-to-Launch, dentro da parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o SOSA – empresa global de inovação aberta.
Ao longo do mês de julho, representantes de seis startups brasileiras participaram do programa, ministrado em modo virtual direto de Nova Iorque, Londres, Tel Aviv e Abu Dhabi por representantes de empresas multinacionais, além de investidores e especialistas em inovação e tecnologia.
“Esse é um passo importante na direção de processos colaborativos, com foco em inovação aberta. Essa iniciativa permite apresentar a startups brasileiras o que há de mais moderno em inovação e tecnologia no mundo e estimular a inserção dessas empresas de base tecnológica no mercado global”, destaca a diretora de Inovação da CNI, Gianna Sagazio.
O programa Land-to-Launch proporcionou uma imersão das startups participantes em ecossistemas que são referência em inovação, equipando-as com as ferramentas necessárias para expandir seus negócios. Durante as reuniões coletivas, individuais e workshops, as empresas puderam trocar experiências, além de fazer novas conexões estratégicas. Além disso, o programa contempla oportunidades de negócios, vendas e parcerias, consultoria jurídica, marketing e pitching, construção do time e fundraising.
Com base nesses tópicos e no nível de maturidade da startup, o programa será adaptado para atender a necessidades específicas e acelerar os negócios.
Nesta edição participaram: Altave, Decript, I.Systems, Naiad Drug Design, Stattus4 e Vyro Biotherapeutics. As empresas escolhidas desenvolvem tecnologias inovadoras nas áreas de cidades inteligentes, Indústria 4.0, segurança cibernética, biotecnologia, segurança e defesa. As startups foram indicadas pelo Fundo Pitanga e pela Baita Aceleradora.
Para o CFO da Altave, Raphael Galate, especializada em monitoramento inteligente para grandes áreas, o Land-to-Launch é o caminho para o crescimento das startups brasileiras. Ele ressalta que ainda há uma carência de conhecimentos básicos e que o programa preenche essa lacuna, oferecendo orientação de especialistas que contribuem para o crescimento das empresas brasileiras.
“O entendimento de novos conceitos proporcionou uma melhoria no “pitch deck”, nas estratégias de vendas e na prospecção de novos investidores. Além de ter a visão de especialistas e investidores, foi possível aprender com eles as melhores formas de ingressar num mercado novo”, avaliou.
Internacionalização das startups brasileiras
A inovação aberta já é realidade há duas décadas em países mais inovadores, como Estados Unidos, Israel e Alemanha, onde grande parte das universidades mantém departamentos dedicados a colaboração com empresas e transferência de tecnologia. No Brasil, a inovação aberta não é mais novidade no mercado, mas os casos de parcerias para inovações em processos e produtos ainda são tímidos, com mais frequência em grandes empresas.
Promover a internacionalização das startups brasileiras é um dos propósitos do Land-to-Launch. Para Hugo Cabrera, CEO da Vyro Biotechnology, a realização do programa proporcionou tirar as startups da zona de conforto e servir de vitrine a mercados globalmente competitivos. “A inovação de alto impacto tem demanda no Brasil e no mundo inteiro. A troca de experiências foi muito enriquecedora e esclarecedora para refinar nosso plano de internacionalização. Isso tem que acontecer de forma bem planejada na hora certa”, destacou.
De olho em novos espaços de atuação, Marília Lara, CEO da Stattus4 – empresa de tecnologia engajada na construção de Cidades Inteligentes e Sustentabilidade –, participou do programa e reforçou a importância em sair um pouco da rotina de trabalho para pensar em novos desafios estratégicos.
“Essa foi uma oportunidade de conectar com pessoas e empresas de diferentes locais e termos insights dos próximos passos em busca de nossa internacionalização. Estamos de portas abertas com o SOSA e a CNI, para que quando efetivamente formos internacionalizar nossos produtos possamos contar com o apoio deles para os próximos passos”.
Ecossistemas tecnológicos
O ecossistema tecnológico do Brasil está se expandindo a um ritmo nunca visto, com as startups do país arrecadando US$ 3,2 bilhões em financiamento nos primeiros cinco meses deste ano, o que representa 90% do financiamento em todo o ano de 2020. No esforço de ajudar a construir o cenário de recuperação pós-pandemia da América Latina, as empresas brasileiras estão aproveitando este ano para promover soluções inovadoras e expandir estrategicamente o alcance global em novos mercados.
A gerente de estratégia, Raiza Balbino, da I.Systems, startup especializada em inteligência artificial, ressalta que estratégias como essa ajudam a dar visibilidade aos desafios de internacionalização, além de encurtar caminhos para tornar as empresas mais eficientes, consequentemente, tornar o mundo mais eficiente também.
“A realização dessas oficinas, ao longo do mês, foi uma oportunidade de nos preparar e planejar para nosso objetivo de internacionalização nos próximos anos. Quando olhamos para os produtos e modelos de negócio da I.Systems, estamos falando de uma tecnologia de Inteligência Artificial (IA) que é consumida como um serviço capaz de resolver desafios de indústrias em qualquer parte do globo”.
Para o cofundador e diretor-geral da Naiad Drug Design, o Land-to-Launch foi um programa “one-of-a-kind” no Brasil. “A alta qualidade do material que foi apresentado, as diferentes visões de players internacionais e o networking possibilitado, certamente, são determinantes para startups de alta tecnologia no que diz respeito a entender especificidades do mercado e do ecossistema internacional de forma única. Com isso, esperamos um grande aumento de nossa rede de contatos, estruturação de novas parcerias e ganho de tempo em relação ao processo de internacionalização”.
Fonte: CNI
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