18/07/2022
Durante o BW Talks, programa do Movimento Biosphere World, sobre o futuro da indústria, Luís Gustavo Delmont, especialista em inovação do SENAI, falou sobre os desafios e caminhos de inovação que os industriais podem seguir para permanecerem competitivos nos próximos anos.
Luís começou o papo ressaltando o trabalho do SENAI para entender e atender as necessidades das indústrias. O profissional destacou que a instituição trabalha há 80 anos com educação para a indústria. Sempre com a visão de preparar as empresas e profissionais para o futuro, há 40 anos oferece serviços técnicos.
Há pouco mais de 10 anos, entendendo a nova necessidade de mercado, o SENAI trabalha com pesquisa aplicada e inovação para ajudar as indústrias brasileiras a se adequarem ao momento atual e futuro.
O especialista destaca que nesse meio tempo, o SENAI investiu em 26 institutos de inovação onde foram desenvolvidos mil e trezentos projetos.
O futuro é verde
Luis Gustavo destaca que os trabalhos de inovação do SENAI têm enxergado um futuro pautado na sustentabilidade. “Toda parte de desenvolvimento de produto tem que olhar pra frente e tudo pela frente tem a ver com uma pegada ambiental”, ressaltou o especialista.
Para ele, a indústria precisa ser protagonista e para isso os fatores chaves são: transição energética, passando por tecnologias de captura de carbono e mudança na matriz de energia, bioeconomia, achando uma forma de evoluir com produtos que não agridam as florestas, e economia circular, promovendo a reutilização e geração de menos lixo.
“O que eu quero ser daqui 10 anos? O Brasil não faz essa reflexão como Estado e são poucas as instituições que fazem isso de forma estruturada. Só que o mundo inteiro está nesse movimento, porque sem natureza a gente não vive”, questiona Luís
Como a indústria pode ser parte da transformação
Para poder construir um futuro sustentável é preciso que as indústrias façam parte deste caminho. As cinco principais fontes de mudanças que podem ser o norte para essas empresas, são:
- Política: as indústrias precisam estar conectadas com o que está acontecendo no mundo e a legislação precisa estar adequada a esse cenário.
- Econômica: entender quais mudanças estão acontecendo na forma de consumir e na economia mundial e se adequar rapidamente.
- Social: ter responsabilidade com as comunidades e pessoas.
- Tecnológica: é preciso ter atenção em novas soluções e acelerar a modernização das indústrias.
- Ambiental: ter responsabilidade com o meio-ambiente e pensar em um crescimento sustentável que possa favorecer o planeta.
Luís alerta que é preciso olhar para esses fatores de mudança hoje. “A gente acha que as coisas estão acontecendo devagar, mas quando está na nossa frente, já passou”, pontua. Por isso, as indústrias precisam começar sua maratona de transformação o quanto antes.
O especialista ressalta que o cenário futuro, pensando em decréscimo da economia e alta de juros, não é necessariamente positivo, mas que as pessoas precisam parar de ignorar a inovação e começar a tomar atitudes concretas.
Por fim, Luis comenta que as indústrias brasileiras ainda permanecem em um ambiente muito fechado. É preciso enxergar as oportunidades da nova economia e agir para se adequar ao movimento mundial.
“Precisamos de um mecanismo que seja mais barato de errar e de transformar. A gente tem uma série de ativos, temos que ter um olhar estratégico: onde eu vou correr na frente, onde vou correr do lado e onde vou correr lá atrás. Precisamos de uma congruência de todos os atores para alcançar a competitividade”, finaliza.
Fonte: CIMM
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