18/03/2021
Grupos de ensino superior públicos e privados formarão décimo ator setorial de Londrina com foco no desenvolvimento do ecossistema de inovação regional
Londrina passará a ter uma governança formada por 11 instituições de ensino superior (IES), que buscará aproximar a academia do setor econômico. Será a décima constituição setorial do tipo na cidade, que deve definir nas próximas semanas uma coordenação para fomentar um plano de atuação integrado com foco no desenvolvimento do ecossistema de inovação regional.
A vocação de Londrina para a prestação de serviços em educação, principalmente como cidade universitária, é conhecida para além das divisas paranaenses. Conforme dados de 2019 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), são 197 cursos de graduação na cidade, dos quais cerca de metade relacionados à tecnologia.
Por outro lado, virou senso comum a concepção de que a academia não conversa com os interesses da iniciativa privada, ainda que muitos atores dessa relação pensem de forma diferente. “A UEL (Universidade Estadual de Londrina), por exemplo, é uma instituição consolidada e existem várias empresas com as quais dialogamos, como no agronegócio e na arquitetura. As instituições de ensino já fazem um excelente papel na formação de profissionais e existe uma relação com empresas atentas ao cenário de pesquisas”, diz Sergio Gerelus, coordenador do curso de comunicação social da UEL e integrante dos debates para a formação da governança.
No entanto, ele reconhece que é possível se aproximar de empresas nascentes ou que não entendem as várias possibilidades de uso de estudos desenvolvidos no ambiente acadêmico para o desenvolvimento de soluções privadas. Também segundo dados do Inep, são mais de 2 mil linhas de pesquisa desenvolvidas em IES de Londrina.
Foi nesse cenário que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná (Sebrae/PR) procurou representantes das instituições para formar a governança em setembro de 2020, com reuniões virtuais devido à pandemia de covid-19. “Sempre ouvimos essa demanda sobre aproximar o setor produtivo da academia, mas é possível pensar também em ações conjuntas entre as universidades, participação em editais de inovação para atender a demandas de pesquisa e desenvolvimento de todo o país, pensar em eventos ou em rodadas de negócios”, sugere Alessandra de Almeida, consultora do Sebrae/PR.
Ela cita que, com a organização, todo o ecossistema ganhará agilidade quando uma empresa precisar encontrar laboratórios ou linhas de pesquisa para desenvolvimento de uma solução inovadora. “Temos todo o capital instalado nessas IES, que terão um potencial enorme se colocarmos todas para conversar e atuar juntas”, afirma Almeida.
Para Marcos Imamura, diretor de relações empresariais e comunitárias da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em Londrina, a cidade tem um ativo reconhecido nacionalmente em ensino. “Mas o que vemos são esses agentes trabalhando individualmente. A ideia da governança é que as entidades passem a ter uma sinergia maior entre elas, com o intuito de facilitar o engajamento das atividades com a sociedade em geral”, diz.
O representante da UEL destaca a possibilidade de trabalhos em conjunto entre as IES. “Algumas instituições têm perfil mais para pesquisa, outras para ensino, outras têm pesquisadores que podem se integrar a outros laboratórios, captar recursos de forma compartilhada, e isso pode desenvolver melhores pesquisas e gerar mais cursos superiores”, diz Gerelus.
“A governança de IES pode fazer com que o conhecimento gerado nas universidades seja canalizado para atender mais de perto a comunidade, gerando trabalhos conjuntos e trazendo o apoio à inovação para todas as áreas”, completa Imamura.
GOVERNANÇA DE IES
O grupo é formado por representantes dos campi londrinenses das instituições Centro Universitário Filadélfia (Unifil), Instituto de Ensino Superior de Londrina (Inesul), Instituto Federal do Paraná (IFPR), Faculdade Cesumar de Londrina (Unicesumar), Faculdade Pitágoras, Faculdade Positivo de Londrina, Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), UEL, Universidade Pitágoras Unopar e UTFPR.
Fonte: Portal Futurista
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