09/08/2021
Empresa paulista unico recebe aporte de R$ 625 milhões para focar em aquisições como a da londrinense Arkivus, responsável pela principal solução da IDTech
A unico, empresa paulista de tecnologia que atua na proteção de identidade digital, confirmou na última terça-feira (3) o aporte de R$ 625 milhões e se tornou a mais nova unicórnio brasileira. O investimento vem dos fundos General Atlantic e SoftBank Latin America Fund e será usado majoritariamente na aquisição de empresas com tecnologias proprietárias ou bons times profissionais, no desenvolvimento de produtos internos e na contratação de profissionais, mesmo que em cidades ou países onde não tenham escritório físico.
O capital recebido foi de Série C, normalmente usado para unicórnios – com valor de mercado acima de US$ 1 bilhão -, que mudam de patamar e buscam rápido reconhecimento e expansão internacional. Os fundos que fizeram o aporte são os mesmos que colocaram R$ 580 milhões na unico há dez meses, quando também recebeu R$ 40 milhões da Igah Ventures.
No período, o número de profissionais na empresa pulou de 180 para 700, com contratações e com aquisições. Desde então, incorporou a gaúcha Meerkat, de análise de imagens, a Vianuvem, startup de gestão de processos digitais para vendas de automóveis, e a CredDefense, complementando as áreas de tecnologia e desenvolvimento da biometria facial.
Com escritórios em Londrina, Porto Alegre, Rio de Janeiro e em Bebedouro (SP), além da sede em São Paulo, a unico havia comprado em 2009 a startup dotBR, desenvolvedora de software de gerenciamento de documentos e workflow, e pivotado o foco da empresa com a aquisição em 2017 da Arkivus, de Londrina. É na cidade paranaense que fica a unidade de desenvolvimento, responsável pela solução de biometria facial que corresponde a mais da metade do faturamento da unico.
PÉ NO PARANÁ
Marcelo Zanelatto, diretor de produto da empresa, fundador da Arkivus e responsável pela unidade de Londrina, considera que a cidade tem grande participação no crescimento da unico. Ele conta que o unico check, sistema de biometria facial, veio da startup londrinense. “Boa parte do time ainda fica em Londrina e boa parte das pessoas eram da Arkivus, cerca de 90%, então tem uma contribuição relevante porque é o principal produto da empresa, o que teve o maior crescimento e nos levou aos melhores resultados.”
Ele afirma que o foco é mirar em aquisições que alavanquem a estratégia de se tornar uma big tech, como Google ou Facebook. “Por exemplo, empresas que estão em determinado segmento em que nós não estamos ainda, o que nos ajuda a potencializar a nossa entrada naquele segmento, além de empresas que têm tecnologias proprietárias, que têm bons times, que é o melhor cenário possível.”
Ele cita como exemplo a CredDefense, que tinha uma solução semelhante à da unico, mas com penetração em mercados diferentes, como locadoras de automóveis e logística. Ou a Meerkat, que usa tecnologia de visão computacional como, por exemplo, motor de biometria, que é diretamente relacionado ao foco de solução da unico, que é a biometria facial.
Mas o objetivo, lembra, é sempre simplificar a vida do usuário. “Tem cliente nosso que, em alguns cadastros, pede 129 campos para fazer o financiamento de um veículo. Sabe de quantos que ele realmente precisa para dar o crédito do veículo? Um, que é o seu CPF. Ele pede os outros 128 para ter certeza de que você é você. É com isso que queremos acabar, com essa burocracia”, cita Zanelatto.
LONGO CAMINHO
O diretor de produtos da empresa considera que a unico ainda tem muito mercado para ganhar e muito a crescer. “Se perguntar para mim o quão perto estamos do nosso objetivo final, digo que estamos em 2% da nossa jornada. Faltam 98% porque queremos ser um Google, LinkedIn, Facebook, Amazon. Estamos longe, mas estamos no caminho certo”, diz Zanelatto.
Diego Martins, fundador e CEO da unico, afirma que a empresa busca se tornar uma big tech brasileira com inovação proprietária, fazendo da identidade digital a chave para conectar pessoas a todos os serviços e transações do dia a dia. “Desde a última rodada de investimentos, temos trabalhado duro para estruturar nosso crescimento exponencial de forma sustentável”, afirma, em nota. O resultado foi de mais de R$ 1 bilhão em retorno para os investidores em dez meses, diz Zanelatto.
Paulo Passoni, sócio do SoftBank Latin America Fund, confirma o bom momento da empresa, de olho no mercado internacional. “Em meio a uma crise tão severa, nos traz confiança ver uma empresa que triplica de tamanho enquanto desenvolve tecnologia proprietária. O ecossistema e o pipeline da unico tornam a IDtech um celeiro de inovação dentro e fora do Brasil”, cita, também via assessoria.
A único é a primeira IDTech brasileira e líder no segmento de proteção de identidade digital, simplificação de processos e combate de fraudes. Tem como clientes os maiores bancos, varejistas, fintechs, e-commerces e indústrias no país.
Fonte: Portal Futurista
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