17/11/2020
Uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ), localizado em Curitiba, pretende contribuir para o desenvolvimento de projetos inovadores e novos produtos no setor industrial, resolvendo o problema da corrosão em superfícies metálicas de aço. “Trata-se de uma tecnologia disruptiva para o mercado nacional e internacional, tendo um potencial enorme para criação de novos produtos, com maior sustentabilidade e alto valor agregado”, destaca Filipe Miguel Cassapo, gerente do ISI-EQ.
Por meio de uma parceria com o Departamento de Química da UTFPR, uma equipe de pesquisadores desenvolveu um revestimento inteligente (ou smart coating) com alta capacidade de proteção anticorrosiva. O que o diferencia de produtos comerciais similares é a utilização de microcápsulas, que permitem que a tinta tenha a capacidade de atuar de maneira autônoma e “inteligente”, sem a necessidade de intervenção humana, promovendo uma autorreparação onde há início de corrosão.
Alexandre Cordeiro, analista de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação no ISI-EQ e responsável pelo projeto, explica detalhes de como o revestimento inteligente com microcápsulas funciona na prática. “Neste projeto, trabalhamos com um revestimento chamado de self-healing coating, em que a tinta possui a capacidade de se autorreparar quando sofre um dano mecânico (risco), por exemplo. Um produto com essa característica é extremamente inovador e revolucionário para o mercado de tintas e revestimentos, pois um dos maiores problemas nesta área é a perda da funcionalidade do material ou produto devido ao processo de corrosão”, afirma.
De acordo com ele, quando a superfície é coberta por uma tinta convencional, a corrosão acaba sendo favorecida quando o filme da tinta sofre defeitos mecânicos, como trincas ou microfissuras, mas esse problema é minimizado se houver utilização do revestimento inteligente desenvolvido pelo ISI-EQ. “Com essa pesquisa, transformamos uma tinta convencional em self-healing coating por meio da adição das microcápsulas. As microcápsulas por sua vez, atuam de maneira a liberar o agente de cura encapsulado, formando um filme de proteção passiva. Para validar esta inovação, a tinta com aditivos foi danificada propositalmente e testada sob ensaios corrosivos e eletroquímicos, nos quais foram obtidos excelentes resultados. Desta forma, comprovou-se que o revestimento desenvolvido apresentou propriedades melhoradas de resistência à corrosão, quando comparado com o revestimento comercial”, completa.
Na imagem abaixo, é possível observar os resultados obtidos através dos ensaios de corrosão, mostrando que o revestimento desenvolvido apresentou uma melhora significativa em termos de proteção anticorrosiva, quando comparado com a tinta comercial testada por 192h em condições corrosivas.
Sobre o ISI Eletroquímica
Criado em 2013, o Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica (ISI-EQ) foi o primeiro instituto do Senai a ser inaugurado no Brasil. Com infraestrutura laboratorial e recursos humanos altamente capacitados, realiza pesquisas aplicadas à indústria, desenvolvendo projetos de alto impacto industrial, tecnológico e econômico. Atualmente, é uma unidade credenciada pela Embrapii, oferecendo atendimento nas áreas de Baterias, Revestimentos Inteligentes e Sensores Eletroquímicos. Também atua nas áreas de geração e armazenamento de energia; monitoramento e diagnóstico rápido para bioprocessos; e caracterização, monitoramento e controle da corrosão.
Fonte: Ag. Fiep
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