19/03/2021
Uma startup de recrutamento de Londrina inicia 2021 com um novo modelo de negócios e planos de expandir sua área de atuação. A Empregor tem de 10 a 15 mil acessos por mês na região, passou 2020 operando de forma gratuita e recentemente iniciou um sistema de monetização, no qual empresas pagam para impulsionar o anúncio de vagas, além de terem a opção de um plano para que tenham páginas customizadas. Outra aposta para este ano é um modelo de sócios-operadores, para que a solução seja levada a outros mercados.
Lucas Marcato, que fundou a Empregor em 2009 em Apucarana como agência de recrutamento física junto com o irmão, Bruno, explica que a plataforma apresenta diferenciais em relação a outras opções do mercado.
“Apoiamos a empresa na triagem do candidato. Nós temos um teste comportamental integrado: o nosso algoritmo mapeia quatro arquétipos de candidato. Na hora em que ele cadastra o currículo, já faz o teste. Quando a empresa anuncia vaga, perguntamos os requisitos e também quais os pontos comportamentais que ela espera desse candidato. Com base nesses critérios, a gente faz o match entre candidato e vaga”, descreve.
A princípio, a Empregor era uma empresa que operava 100% off-line. Em 2015, os irmãos começaram a pensar em como escalar o negócio e foram para o virtual, com o licenciamento de uma plataforma terceirizada.
“Esse site foi montado para apoiar a operação da agência física e começar a aumentar a escala, diminuir a parte operacional, inovar no processo mesmo. Em um ano e meio, tivemos 1 milhão de acessos no site, captamos 17 mil currículos e estávamos ajudando o pessoal a recrutar até fora do país: uma multinacional da Itália veio para Apucarana e usou a plataforma para contratar os funcionários daqui”, lembra Marcato.
Em seguida, os irmãos venderam a operação física, ficaram só com o site e começaram a se envolver com o ecossistema de inovação de Londrina, para onde Marcato se mudou. Decidiram abrir mão do sistema terceirizado e desenvolver o próprio. Participaram do primeiro programa de aceleração da startup, na Hotmilk, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), e desenvolveram um aplicativo para celular. Como o app apresentava muitos problemas, em 2019 foi descartado e a ferramenta ficou acessível apenas por browser.
No mesmo ano, a Empregor passou por outra aceleração, no Founder Institute. “Em 2020, veio a pandemia, e como não estávamos com o modelo de negócio funcionando 100%, deixamos a plataforma rolando em modelo free (gratuito) para poder ganhar escala, as pessoas usarem e começarmos a ser conhecidos por isso. No final de 2020, a gente contratou três funcionários, que têm trabalhado 100% no negócio”, relata Marcato.
Foi então que a startup de recrutamento ativou um modelo de monetização, em que a empresa tem a opção de pagar a partir de R$ 47 para ter o anúncio da vaga impulsionado na ferramenta e obter ajuda para atrair talentos, com divulgação nas redes sociais. Para os candidatos a emprego, o uso da ferramenta segue totalmente gratuito.
“Na época da agência física, cobrávamos do candidato e não da empresa: fazíamos um trabalho de mentoria até ele se recolocar no mercado de trabalho. Quando evoluímos para o digital, pensamos em deixar 100% gratuito para o candidato, hoje ele não paga nada. A ideia é que ele não pague nunca para poder enviar o currículo e tudo mais, até porque ele é sempre visto como o elo fraco da corrente, o cara que está desempregado”, justifica o cofundador.
Hoje, a Empregor já tem mais de 300 empresas cadastradas na plataforma, das quais cerca de 50 são pagantes. Outro produto que a startup está lançando é a página de carreiras, para ajudar a empresa a fazer o trabalho de employer branding (marca do empregador).
“A gente consegue divulgar melhor não só a vaga, mas também a cultura da empresa, que tem uma página exclusiva para fazer esse recrutamento, sair desse mar de vagas. Por esse serviço, cobramos R$ 197 por ano e mais uma mensalidade que vai variar conforme o porte da empresa, a necessidade que ela tem”, explica Marcato. Com a reformulação do modelo de negócio, a ferramenta tem hoje cerca de 12 mil candidatos a emprego cadastrados.
A Empregor planeja expandir seu raio de atuação para além da região de Londrina por meio de sócios-operadores em cidades de até 300 mil habitantes. “Ele (sócio-operador) vai entrar com um percentual para assumir o licenciamento da marca e fazer o relacionamento com as empresas da região dele, e vamos dividir o resultado da operação”, detalha o cofundador.
Fonte: Portal Futurista
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