28/11/2019
Ecossistemas de inovação são empresas que se unem para criar um ambiente de aprendizado, em que é possível facilitar o desenvolvimento da inovação
Quando uma comunidade de microrganismos se une em um ambiente vivo, compartilhando suas características e interesses em comum — sejam internas, sejam externas — o nome dado a esse movimento é ecossistema.
No mundo corporativo, quando empresas, universidades e o poder público se unem para criar um ambiente colaborativo e inovador, em que todos trabalham para fazer descobertas, crescer juntos e compartilhar resultados em comum, o nome disso é ecossistema de inovação.
O mercado, percebendo essa oportunidade de as instituições poderem se desenvolver mais rápido, tratou de criar um tipo de ambiente de correlação para trocarem experiências e partilhar dos pontos de equilíbrio erguidos nessa junção.
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“Quando pensamos em inovação tecnológica, a primeira palavra que nos vem à cabeça são as startups, tão em moda nos últimos anos. Porém, não podemos restringir nosso olhar. Existem vários ambientes que são propícios e proporcionam inovação. Empresas, lugares e até programas que ajudam a quebrar as barreiras do medo e transformam pessoas e negócios. O ambiente não só influencia a empresa como costuma ser o causador das demandas de inovação. Afinal, grande parte das empresas precisa inovar em função da concorrência ou precisa se adequar às mudanças externas”, afirma o especialista em inovação, André Alves.
O que são ecossistemas de inovação?
Ecossistemas de inovação são empresas que se unem para criar um ambiente de aprendizado, em que é possível facilitar o desenvolvimento da inovação. É a oportunidade que os empresários têm de interagir com profissionais de seu segmento para encontrar soluções para suas dores de mercado e criar novos produtos, serviços e projetos que atendam as necessidades mercantilistas.
Para isso, são criados polos com espaços colaborativos. Esses polos reúnem toda a infraestrutura necessária para favorecer o ambiente de descoberta, pesquisa e desenvolvimento. Mas para que isso aconteça de maneira proativa, é necessário a criação de pilares para sustentar essa dinâmica econômica.
O que os ecossistemas de inovação proporcionam:
– Troca de experiências: com ele fica mais fácil trocar ideias, aprender com os erros dos outros, observar e acompanhar processos de perto e contribuir de forma mútua.
– Networking: em um ecossistema de inovação que funciona de maneira efetiva, os atores e as empresas que fazem parte dele conseguem trabalhar o networking de forma mais ativa, uma vez que é possível conhecer melhor e confiar nos trabalhos uns dos outros.
– Trabalhadores jovens: um grande desafio de empresas de tecnologia, por exemplo, é buscar novos talentos. O fato de uma empresa fazer parte de um ecossistema de inovação chama a atenção de profissionais mais jovens, o que ajuda também a fortalecer o ciclo de trabalho.
– Ajuda a comunidade: um parque tecnológico, por exemplo, constitui um ecossistema de inovação. À medida que ele se consolida, ele passa a fazer bem à comunidade, trazendo desenvolvimento e, ao mesmo tempo, criando uma relação de confiança com ela.
Nesta quinta-feira (28) a ArcelorMittal Tubarão inaugurou o iNO.VC, programa de inovação digital que chega para fortalecer e gerar oportunidades para o ecossistema de inovação capixaba. A inauguração aconteceu na unidade de Tubarão, localizada no município da Serra, no Espírito Santo, e contou com a presença de lideranças e diversos representantes de startups.
O lançamento do programa foi marcado pela entrega de um espaço físico que dará suporte para o desenvolvimento de atividades que busquem soluções para as unidades do segmento de Aços Planos de Tubarão, Vega (SC) e Contagem (MG). O espaço que abrigará as atividades do Programa iNO.VC é todo revestido em aço e fica localizado em meio à área administrativa da empresa, próxima ao Restaurante. Com ambientes amplos, móveis descontraídos e elementos coloridos, o layout do espaço foi configurado para agregar beleza e criatividade, aumentando assim a interação e a criatividade dos seus usuários.
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O iNO.VC vai atuar como plataforma de colaboração com o objetivo de conectar o segmento de aços planos às redes de universidades, iniciativas e startups. “Esse programa foi criado para que a gente possa associar as nossas inovações tecnológicas ao ecossistema do Espírito Santo, bem como em Santa Catarina e Minas Gerais. O sistema foi implementado aqui no Espírito Santo, porque, apesar da proximidade com o Findes LAB, nós não tínhamos o nosso local específico para os planos e faltava isso aqui“, explica Paulo Wanick, diretor de Finanças, Riscos & Tecnologia da Informação da ArcelorMittal.
Wanick fala como as startups, universidades e demais iniciativas podem participar do programa. “O ecossistema de inovação terá diversas formas de apresentação de ideias para os nossos desafios. Disponibilizaremos no site, nas redes sociais e também faremos workshops, trazendo nossas dores e demandas, para que o ecossistema entenda e apresente soluções que venham de encontro com as nossas necessidades”, afirma.
Para o especialista em inovação Leonardo Carraretto, o programa é mais um movimento que se une ao ecossistema de inovação capixaba para ajudar a projetar o Espírito Santo no segmento inovação. “O iNO.VC é mais uma ‘cereja do bolo’ para colaborar com esse momento de crescimento do ecossistema. Essa é a hora de todos estarem unidos para construir esse futuro do ecossistema, porque a gente está mudando a matriz econômica e os pilares de como o Espírito Santo vai se apresentar para o mercado. Certamente nos próximos meses, dias e anos, veremos um resultado muito grande do estado no cenário nacional. A Arcelor, já estabelecida há muito anos, poderia muito continuar no seu ritmo natural, mas ela escolheu a inovação e isso é um grande passo e exemplo para o mercado”, diz.
O CEO da startup Aratu, Nelio Secchin, afirma que programas como o iNO.VC condensam iniciativas que estavam fragmentadas. “Esse programa fortalece muito o ecossistema, mas também proporciona que as inovações alcancem outros patamares. O iNO.VC, sem dúvidas, é um vetor muito importante para o ecossistema”, ressalta Secchin.
Nome do programa
A criativa nomenclatura, “iNO.VC” (leia-se “inove-se”), foi escolhida após ampla votação entre sugestões de empregados da ArcelorMittal. Proposto pelo empregado Luciano Milanez Mazzi, seu conceito remete à ideia de que a inovação começa com cada um e lembra a proximidade do diálogo e da fluidez nas redes sociais.
Fonte: Folha Vitória – Economia.
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