04/10/2021
Pedro Wongtschowski falou sobre a aceleração das evoluções tecnológicas, em reunião dos Diálogos da MEI. Representantes da IBM, Stefanini e do Departamento de Energia dos EUA fizeram apresentações
Estar atento às mudanças e se preparar para o futuro são ações estratégicas tanto para as empresas quanto para o poder público e conhecer os elementos que provocam as mudanças é ainda mais importante. A afirmação é do presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra e líder da Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), Pedro Wongtschowski, que coordenou nesta sexta-feira (1º) a 33ª edição dos Diálogos da MEI.
O empresário observou que somente as empresas inseridas no contexto da intensa onda de evolução tecnológica que o mundo experimenta, especialmente na pandemia, é que conseguirão sobreviver e se sobressair no mercado.
“A pandemia, além das crises sanitária e econômica, provocou uma aceleração na evolução das tecnologias digitais, principalmente ligadas a telecomunicações e processamento de dados, bases para a inteligência artificial”, afirmou Wongtschowski. “Sem acompanhar essa acelerada mudança de paradigmas, qualquer governo ou empresa se coloca em posição de vulnerabilidade”, completou
Durante a reunião, ele destacou ainda que a posição do Brasil no Índice Global de Inovação – 57º entre 132 países –, divulgado na semana passada, é incompatível com a sofisticação do setor empresarial brasileiro. “Ainda que o Brasil tenha avançado cinco posições, as fragilidades do nosso país persistem”, disse.
O empresário observou, no entanto, que tem notado esforços do país no sentido de se aproximar dos principais centros de inovação do mundo. “Nas últimas semanas, o Brasil foi admitido como Estado Membro Associado da Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (CERN), um dos maiores e mais avançados centros de pesquisa do mundo. A MEI e a CNI tiveram atuação decisiva na articulação para a admissão do Brasil”, enfatizou.
Tecnologias que se tornarão realidade no pós-pandemia
A edição virtual dos Diálogos da MEI desta sexta contou com a presença do diretor da IBM Ulisses Mello, que falou sobre as perspectivas de evolução das tecnologias avançadas. Ele afirmou que o mundo vive uma realidade sem volta em relação ao big-data e à inteligência artificial. “Estamos em uma transição e vamos entrar forte na área de descoberta acelerada”, pontuou Mello.
“A grande diferença deste novo momento é que quando existem novas perguntas a gente não consegue resolver somente com os dados do passado. É preciso criar experimentos, criar hipóteses. Hoje se investe ao redor de 2,4 trilhões de dólares em P&D em áreas em que a descoberta é o negócio. Todo negócio de empresas como Pfizer, Tesla e Samsung são baseados em novas descobertas”, acrescentou o diretor da IBM.
O CEO Global da Stefanini, Marcos Stefanini, por sua vez, destacou que os desafios para que a inteligência artificial se tornar uma realidade no Brasil ainda são inúmeros, pois esbarram em barreiras como a falta de alinhamento estratégico das empresas com suas áreas de negócio.
Outros motivos apontados como dificultadores são as ilhas de dados provenientes de diferentes fontes, a existência de dados poluídos, a desconsideração dos impactos de mudança cultural, além da falta de conhecimento do processo e do chão de fábrica por parte do parceiro tecnológico.
Também participou da reunião Elena Berger, especialista responsável pela cooperação bilateral na área energética do Departamento de Energia dos Estados Unidos. Ela falou sobre possibilidades de colaboração com o Brasil na área de energias renováveis. Segundo Elena, o departamento é, hoje, o maior patrocinador de pesquisas em tecnologias promissoras dos EUA, com trabalhos sobre segurança energética e o estímulo à formação de energia limpa voltada para redução da emissão dos gases de efeito estufa. “O nosso principal objetivo é enfrentar os desafios das mudanças climáticas”, disse.
Fonte: CNI
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